Em seu primeiro dia de trabalho após deixar a prisão da Polícia Federal em São Paulo, no último dia 24, o prefeito de Taubaté (SP), Roberto Peixoto (PMDB), evitou a imprensa. Ele concederia uma entrevista a jornalistas nesta segunda-feira.
“O prefeito acordou logo cedo e vistoriou obras na cidade. Agora à tarde despachará documentos acumulados. Não sabemos ainda se ele despachará aqui na prefeitura ou em outro lugar”, disse o assessor de Peixoto para assuntos políticos, Jacir Cunha.
A Comissão Processante que julgará a cassação do mandato de Peixoto confirmou hoje que fará pedido de busca e apreensão de documentos na prefeitura.
Segundo a Câmara, os documentos apresentados na defesa do prefeito não foram entregues, como requisitado pela comissão, e o prazo venceu no último dia 22 de junho.
A Polícia Federal voltou nesta segunda-feira (27) a Taubaté em busca de documentos para a sequência da investigação da “Operação Urupês”, a mesma que culminou na prisão do casal Peixoto e do ex-responsável pelas licitações da prefeitura, Carlos Ânderson da Silva.
Os três foram soltos, com pedido de habeas corpus concedido pela Justiça. As investigações se baseiam em denúncias de malversação e desvio de verbas federais no gerenciamento de medicamentos e do contrato da merenda escolar do município.
Investigações em curso
Peixoto responde a processos e ações em âmbito municipal, estadual e Federal. Na cidade, além da Comissão Processante, que pode cassar seu mandato, o prefeito é investigado em mais três CEIs (Comissão Especial de Inquérito) pelos vereadores.
Em nível estadual, o prefeito é citado como indiciado em ação civil pública do Ministério Público Estadual. Em nível Federal, ele responde ao Ministério Público Federal e é investigado em inquérito da PF.
Há, ainda, suspeita de uso de “laranjas” por parte de Peixoto no desvio de recursos públicos e aquisição de bens. A defesa nega as denúncias e diz que todos os bens adquiridos pelo casal Peixoto são compatíveis com suas rendas.
O prefeito ainda responde a processos na Justiça Eleitoral, por suposta compra de votos na última eleição, na qual venceu por diferença de apenas 2.000 votos para o segundo colocado, padre Afonso Lobato, deputado estadual pelo PV.
CQC
A equipe do programa CQC, da Rede Bandeirantes, esteve em Taubaté pela terceira vez. Oscar Filho e sua produção vieram repercutir a prisão do prefeito pela Polícia Federal.
Foram atendidos no pátio da prefeitura pelo assessor de imprensa, Carlos Alberto da Silva, que se limitou a dizer à equipe do programa que a prefeitura “não irá se manifestar no momento”.
O programa já esteve na cidade realizando o quadro Proteste Já, por duas vezes. Uma sobre casas entregues pela prefeitura que apresentavam rachaduras imensas e outro sobre “gastos exóticos” realizados pela administração.
O caso ficou conhecido como o dos “ovos de ouro”, por causa do preço da dúzia pago pela prefeitura: R$ 78. A prefeitura declara que houve erro de digitação e que na verdade são caixas com trinta dúzias a este valor.
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