Desde que o Brasil abriu a porteira da Amazônia para o agronegócio, lá pela década de 1970, a região não teve mais paz. Que o digam os trabalhadores do campo. Nas últimas duas décadas, a região vive uma guerra permanente pela posse de terras. Só no ano passado, mais da metade dos conflitos do país se passaram ali, assim como 68% dos assassinatos cometidos em torno dessa problemática.
Os dados são da Comissão Pastoral da Terra. Este ano, a CPT elaborou um estudo que traça o perfil da violência no campo num período que vai de 1985 a 2009. Entre as informações, estão números que parecem se tratar de outra época. Mas falam do Brasil de hoje, ainda envolvido até o pescoço com trabalho escravo e mortes resultantes da bagunça fundiária que se espalha em território nacional.
Nas contas da CPT, a cada ano são mais de 92 mil famílias que enfrentam conflitos de terra, e em média, mais de seis mil trabalhadores vivem em condições análogas a de escravos. Prova de que o governo ainda precisa se embrenhar muito mais na mata para resolver essas questões. Caso contrário, a produção brasileira no campo – que vai, boa parte, para exportação – continuará manchada de sangue.
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