quarta-feira, 29 de junho de 2011

Wikileaks: No governo, Serra pediu ajuda aos EUA contra PCC

Novos documentos coletados pelo Wikileaks foram divulgados pela agência A Pública na madrugada desta quarta-feira (29). Segundo o material veiculado, o ex-governador de São Paulo José Serra teria pedido ajuda aos Estados Unidos para lidar com "facção criminosa", que vinha promovendo ataques terroristas nas redes de metrô e trens.
Assim que assumiu o governo do Estado, em janeiro de 2007, Serra, segundo os documentos do Wikileaks, procurou o embaixador dos Estados Unidos no Brasil Clifford M. Sobel para pedir orientações sobre como lidar com os ataques, à época atribuídos ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Ainda conforme o material coletado, Serra demonstrou muita preocupação com o desenvolvimento do PCC nas cadeias paulistas.
O encontro foi o primeiro de uma série em que Serra buscou parcerias na área de segurança pública, negociando diretamente com o Consulado Geral dos Estados Unidos, em São Paulo, sem comunicar ao governo federal, conforme apontam os relatórios enviados à época pela representação diplomática a Washington, e divulgados agora pela agência A Pública, em parceria com o grupo Wikileaks.
Após tomar posse como governador, a primeira reunião de Serra com representantes dos Estados Unidos, realizada em 10 de janeiro de 2007, é descrita em detalhes em um relatório no dia 17:
"Na conversa, que durou mais de uma hora, Serra apontou a segurança pública como prioridade de seu governo, em especial na malha de transporte público, disse o Estado 'precisava mais de tecnologia do que de dinheiro' para combater o crime e indagou sobre a possibilidade de o DHS (Departament of Homeland Security) treinar o pessoal da rede de metrô e trens metropolitanos para enfrentar ataques e ameaças de bombas", relata Pública/Wikileaks.
Semanas antes, três bombas haviam explodido, afetando o sistema de trens, conforme noticiado à época.
Em 23 de dezembro de 2006, um artefato explodiu próximo da estação Ana Rosa do Metrô. No dia 25, outra bomba explodiu dentro de um trem da CPTM na estação Itapevi, matando uma pessoa, e uma segunda bomba foi encontrada e levada para um quartel. Em 2 de janeiro de 2007, um sargento da Polícia Militar morreu tentando desarmar o dispositivo.
O documento diplomático dizia: "Membros do governo (de São Paulo) acreditam que o Primeiro Comando da Capital (PCC) pode ser o responsável pelos episódios recentes".

FONTE - TERRA MAGAZINE

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Após sair da prisão, prefeito de Taubaté (SP) some e evita imprensa na volta ao trabalho

NESSA PORRA DE PAÍS É ASSIM, DESDE A ÉPOCA DE CABRAL.... O BANDIDO É O HERÓI, O POVO É O INIMIGO.


Em seu primeiro dia de trabalho após deixar a prisão da Polícia Federal em São Paulo, no último dia 24, o prefeito de Taubaté (SP), Roberto Peixoto (PMDB), evitou a imprensa. Ele concederia uma entrevista a jornalistas nesta segunda-feira.
“O prefeito acordou logo cedo e vistoriou obras na cidade. Agora à tarde despachará documentos acumulados. Não sabemos ainda se ele despachará aqui na prefeitura ou em outro lugar”, disse o assessor de Peixoto para assuntos políticos, Jacir Cunha.
A Comissão Processante que julgará a cassação do mandato de Peixoto confirmou hoje que fará pedido de busca e apreensão de documentos na prefeitura.
Segundo a Câmara, os documentos apresentados na defesa do prefeito não foram entregues, como requisitado pela comissão, e o prazo venceu no último dia 22 de junho.
A Polícia Federal voltou nesta segunda-feira (27) a Taubaté em busca de documentos para a sequência da investigação da “Operação Urupês”, a mesma que culminou na prisão do casal Peixoto e do ex-responsável pelas licitações da prefeitura, Carlos Ânderson da Silva.
Os três foram soltos, com pedido de habeas corpus concedido pela Justiça. As investigações se baseiam em denúncias de malversação e desvio de verbas federais no gerenciamento de medicamentos e do contrato da merenda escolar do município.
Investigações em curso
Peixoto responde a processos e ações em âmbito municipal, estadual e Federal. Na cidade, além da Comissão Processante, que pode cassar seu mandato, o prefeito é investigado em mais três CEIs (Comissão Especial de Inquérito) pelos vereadores.
Em nível estadual, o prefeito é citado como indiciado em ação civil pública do Ministério Público Estadual. Em nível Federal, ele responde ao Ministério Público Federal e é investigado em inquérito da PF.
Há, ainda, suspeita de uso de “laranjas” por parte de Peixoto no desvio de recursos públicos e aquisição de bens. A defesa nega as denúncias e diz que todos os bens adquiridos pelo casal Peixoto são compatíveis com suas rendas.
O prefeito ainda responde a processos na Justiça Eleitoral, por suposta compra de votos na última eleição, na qual venceu por diferença de apenas 2.000 votos para o segundo colocado, padre Afonso Lobato, deputado estadual pelo PV. 
CQC
A equipe do programa CQC, da Rede Bandeirantes, esteve em Taubaté pela terceira vez. Oscar Filho e sua produção vieram repercutir a prisão do prefeito pela Polícia Federal.
Foram atendidos no pátio da prefeitura pelo assessor de imprensa, Carlos Alberto da Silva, que se limitou a dizer à equipe do programa que a prefeitura “não irá se manifestar no momento”.
O programa já esteve na cidade realizando o quadro Proteste Já, por duas vezes. Uma sobre casas entregues pela prefeitura que apresentavam rachaduras imensas e outro sobre “gastos exóticos” realizados pela administração.
O caso ficou conhecido como o dos “ovos de ouro”, por causa do preço da dúzia pago pela prefeitura: R$ 78. A prefeitura declara que houve erro de digitação e que na verdade são caixas com trinta dúzias a este valor.

Fraudadores da Saúde em Sorocaba (SP) cobravam R$ 4 mil por estágios, suspeita MP

O promotor de Justiça Wellington Veloso informou ao UOL Notícias nesta segunda-feira (27) estar aguardando documentos que poderão acrescentar uma nova denúncia contra os envolvidos nas fraudes no CHS (Conjunto Hospitalar de Sorocaba): cobrança de propina de estudantes.
Segundo Veloso, a Polícia Civil em Tatuí (130 km de São Paulo) levantou informações que indicam a existência de um esquema fraudulento que consistia na cobrança de R$ 4.000 – por parte da diretoria do CHS – para que estudantes de enfermagem pudessem estagiar no hospital.
O delegado titular de Tatuí, José Alexandre Garcia Andreucci, informou que, segundo documentos levados ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), o estágio de alunos de faculdades particulares de Tatuí, Itu, Porto Feliz, Salto, Mairinque, São Roque, Sorocaba e Tietê era garantido mediante propina.
A Promotoria de Justiça pediu a quebra de sigilo bancário de todos os envolvidos na. A intenção é saber qual a movimentação financeira dos acusados de desvio de verba pública e recebimento por plantões que não foram realizados.
De acordo com Veloso, as informações bancárias vão ajudar a definir os valores dos desvios. “Estamos apenas aguardando uma resposta positiva dos bancos para iniciar o trabalho”, disse. “Mesmo soltos, todos os envolvidos devem ficar à disposição para prestar esclarecimentos caso haja necessidade.”
Interventor
Enquanto as investigação continuam, o novo interventor do CHS, Luís Cláudio de Azevedo Silva, iniciou nesta segunda-feira o trabalho com uma equipe multidisciplinar.
O grupo, formado por médicos, enfermeiros e administradores, terá até agosto para fazer um diagnóstico de todos os problemas na administração do complexo e apresentar um novo modelo para o trabalho.
O prefeito de Sorocaba, Vitor Lippi, quer agensar um encontro com o interventor. O líder do executivo já colocou a estrutura da prefeitura à disposição para auxiliar a administração dos três hospitais - Regional, Leonor Mendes de Barros e Santa Lucinda.

Polícia Federal começa a investigar ataques a sites do governo

Polícia Federal iniciou nesta sexta-feira (24) a investigação sobre os ataques de hackers a sites do governo brasileiro, que vêm ocorrendo desde a madrugada de quarta-feira (22). Segundo a assessoria de imprensa do órgão, não serão divulgados detalhes do processo para não prejudicar as investigações.

“Segundo a equipe técnica, é possível que hackers tenham tentado derrubar o sistema sim, mas isso não ficou comprovado”, diz a nota do órgão. O ministério informou que a ameaça foi detectada e logo neutralizada, e que o site está funcionando normalmente.Na manhã de hoje, o site do Ministério da Cultura ficou fora do ar possivelmente por uma tentativa de ataque de hackers. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, foi detectada uma sobrecarga de acesso, causada por apenas um IP, que é a identidade do computador, que parecia querer derrubar o servidor do ministério.
No início da tarde, o site da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) também ficou fora do ar, por cerca de 20 minutos, impossibilitando o acesso a informações de pousos e decolagens nos aeroportos do país. Mas, segundo a assessoria de imprensa da estatal, o portal foi retirado do para manutenção preventiva, visando ao reforço da segurança.
Mais cedo, o site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi atacado por hackers que deixaram uma mensagem na página. O site foi retirado do ar para manutenção. Na madrugada da quarta-feira, os sites da 

terça-feira, 21 de junho de 2011

PF prende prefeito e primeira-dama de Taubaté (SP) por fraude

O prefeito de Taubaté, Roberto Pereira Peixoto (PMDB), e a mulher dele foram presos na manhã desta terça-feira pela PF (Polícia Federal) durante a chamada Operação Urupês.
Eles são suspeitos de envolvimento em fraudes a licitações para a compra, gerenciamento e distribuição de medicamentos e merenda escolar por meio de empresa registrada em nome de "laranjas".
TAUBATÉ, SP, 09.04.2010: MUSEU MAZZAROPI - (Esq-p-Dir) - O Diretor do Instituto Mazzaropi, João Roman Neto e o prefeito de Taubaté, Roberto Pereira Peixoto, ambos com suas esposas. Inauguração do novo prédio do Museu Mazzaropi, que fica na Estrada Amácio Mazzaropi, 201, em Taubaté. O evento organizado pelo Instituto Mazzaropi contou também com um coquetel de lançamento do livro "Sai da Frente! A vida e a obra de Mazzaropi", de autoria da jornalista Marcela Matos, da Editora Desiderata. (Foto: Lucas Lacaz Ruiz/Folhapress)
Ó o bandido

A investigação, iniciada em 2009, apura ainda os crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa, corrupção passiva, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
A Operação Urupês foi deflagrada hoje com o objetivo de desarticular suposta organização criminosa formada por empresários, políticos e funcionários públicos.
Ao todo, foram expedidos 13 mandados de busca e apreensão --dez na região de Taubaté e três na cidade de São Paulo-- e três mandados de prisão temporária.
Todos os mandados foram cumpridos. Participaram da operação 54 policiais federais.

FONTE: FOLHA

PSDB entra com requerimento para ouvir Mercadante na Câmara sobre caso dos "aloprados"

O primeiro dos três requerimentos para convocar o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloízio Mercadante, para prestar esclarecimentos sobre o caso do dossiê dos “aloprados” já foi entregue nesta terça-feira (21) na comissão de fiscalização financeira e controle da Câmara dos Deputados, de autoria do deputado Federal Vanderlei Macris (PSDB-SP).
De acordo com o líder do PSDB na Casa, Duarte Nogueira (SP), o partido vai pedir a convocação de Mercadante em mais duas comissões: Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática e Segurança Pública e Crime Organizado. O objetivo dos tucanos é pedir esclarecimentos sobre a reportagem da revista Veja, que publicou afirmação do bancário petista Expedito Veloso de que Mercadante e ex-governador de São Paulo Orestes Quércia (que morreu em dezembro do ano passado, vítima de câncer de próstata) foram os principais mandantes da operação, em 2006, que compraria um dossiê com denúncias contra José Serra (PSDB), à época candidato ao governo paulista.
Em setembro daquele ano, cerca de R$ 1,7 milhão foram encontrados em um hotel em São Paulo supostamente destinado à compra do dossiê. As investigações foram arquivadas por falta de provas. Na ocasião, Mercadante era o candidato do PT ao governo e principal concorrente de Serra na eleição --que o tucano ganhou.
"As informações trazidas agora são suficientes para que a apuração prossiga. Vamos apresentar um conjunto de ações para a retomada das investigações”, resumiu o deputado tucano Duarte Nogueira.
Ainda esta semana, o PSDB deve ingressar com uma representação no Ministério Público Federal pedindo a reabertura do caso. 
Nas mesmas comissões, serão apresentados requerimentos de convite para Expedito Veloso expor mais detalhes sobre o caso. Por ser convite, ele pode se negar a participar.
Em nota divulgada neste domingo, Mercadante disse ter sido inocentado nas investigações anteriores. "A matéria não informou que estas ilações já haviam sido mencionadas à época e que o ex-Procurador Geral da República Antonio Fernandes de Souza, reconhecido pelo rigor de seus pareceres, pronunciou-se de modo inequívoco e isentou-me de qualquer envolvimento na suposta operação".

Estratégia diferente do caso Palocci

Depois da queda do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, a oposição no Congresso adotará desta vez uma estratégia diferente para pressionar que o ministro denunciado se explique aos parlamentares.
“A iniciativa [de convocar Mercadante] é da Câmara, e nós vamos aguardar. É o que se faz aqui [no Senado] neste caso. O líder [do PSDB] é de São Paulo e está mais próximo do episódio, a representação tem mais força lá. Nós aguardaremos, se houver necessidade, podemos entrar [com representações]”, afirmou o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR).

FONTE:UOL

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Vida nos oceanos enfrentará extinção sem precedentes, diz estudo

Um novo estudo indica que os ecossistemas marinhos enfrentam perigos ainda maiores do que os estimados até agora pelos cientistas e que correm o risco de entrar em uma fase de extinção de espécies sem precedentes na história da humanidade.
O levantamento foi feito realizado por especialistas que integram o Programa Internacional sobre o Estado dos Oceanos (IPSO, na sigla em inglês), uma entidade formada por cientistas e outros especialistas no assunto.
Eles concluíram que fatores como a pesca excessiva, a poluição e as mudanças climáticas estão agindo em conjunto de uma forma que não havia sido antecipada.
A pesquisa reuniu especialistas de diferentes disciplinas, incluindo ambientalistas com especialização em recifes de corais, toxicologistas e cientistas especializados em pesca.
''''As conclusões são chocantes. Estamos vendo mudanças que estão acontecendo mais rápido do que estávamos esperando e de formas que não esperávamos que fossem acontecer por centenas de anos'''', disse Alex Rogers, diretor científico do IPSO e professor da Universidade de Oxford.
Plástico
Entre as mudanças que estão ocorrendo antes do esperado estão o derretimento da camada de gelo no Ártico, na Groenlândia e na Antártida, o aumento do nível dos oceanos e liberação de metano no leito do mar.
O estudo observou também que existem efeitos em cadeia provocados pela ação de diferentes poluentes.
A pesquisa observou, por exemplo, que alguns poluentes permanecem nos oceanos por estarem presos a pequenas partículas de plástico que foram parar no leito do oceano.
Com isso, há um aumento também do poluentes que são consumidos por peixes que vivem no fundo do mar.
Partículas de plástico são responsáveis também por transportar algas de parte a parte, contribuindo para a proliferação de algas tóxicas, o que também é provocado pelo influxo para os oceanos de nutrientes e poluentes provenientes de áreas agrícolas.
O estudo descreveu ainda como a acidificação do oceano, o aquecimento global e a poluição estando agindo de forma conjunta para aumentar as ameaças aos recifes de corais, tanto que 75% dos corais mundiais correm o risco de sofrer um severo declínio.
Ciclos
A vida na Terra já enfrentou cinco ''''ciclos de extinção em massa'''' causados por eventos como o impacto de asteróides e muitos cientistas que o impacto de diferentes ações exercidas pelo homem poderá contribuir para um sexto ciclo.
''''Ainda contamos com boa parte da biodiversidade mundial, mas o ritmo atual da extinção é muito mais alto (do que no passado) e o que estamos enfrentando é, certamente, um evento de extinção global significativa'''', afirma o professor Alex Rogers.
O relatório observa ainda que eventos anteriores de extinção em massa tiveram ligação com tendências que estão ocorrendo atualmente, como distúrbios no ciclo de carbono, acidificação e baixa concentração de oxigênio na água.
Os níveis de CO2 que estão sendo absorvidos pelos oceanos já são bem mais altos que aqueles registrados durante a grande extinção de espécies marinhas que ocorreu há 55 milhões de anos, afirma a pesquisa.
Entre as medidas que o estudo aconselha sejam tomadas imediatamente estão o fim da pesca predatória, especialmente em alto mar, onde, atualmente há pouca regulamentação; mapear e depois reduzir a quantidade de poluentes, como plásticos, fertilizantes agrícolas e detritos humanos; e reduzir de forma acentuada os gases do efeito estufa.
As conclusões do relatório serão apresentadas na sede da ONU, em Nova York, nesta semana, durante um encontro de representantes governamentais sobre reformas na maneira de gerenciar os oceanos
FONTE: BBC BRASIL

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Posso morrer hoje ou amanhã, diz trabalhador que denunciou madeireiros


madeireiros

Ana Cláudia Barros
Desde que soube do assassinato do trabalhador rural Obede Loyla Souza, Francisco Evaristo da Conceição, 50 anos, passou a viver dias de sobressalto. Deixou o assentamento em que morava, tem evitado andar sozinho pelas ruas, trabalha de portas sempre fechadas, próximo ao município de Pacajá, no Pará.
Assim como Souza, morto com um tiro no ouvido no último dia 9, no Acampamento Esperança, em Pacajá, Evaristo discutiu com as mesmas pessoas ligadas a representantes dos grandes madeireiros da região. Assim como Souza, ele reclamou da extração ilegal de madeira e do estrago que os pesados caminhões carregados de toras provocavam nas estradas de acesso aos assentamentos durante o período de chuvas. Por analogia, Evaristo também se sente marcado para morrer.
- A gente fica preocupado com essa situação. Não sabe quem está matando as pessoas, não sabe o que está acontecendo. Eu me sinto ameaçado - desabafa Evaristo, que é presidente do Projeto de Assentamento Barrageira e tesoureiro de uma entidade voltada para o trabalhador rural.
Mas a possibilidade de ser a próxima vítima não está fundamentada em mero temor. Ele conta a Terra Magazine que, nos últimos dias, homens passaram a rondar sua casa no assentamento. A camionete preta, flagrada por testemunhas no Acampamento Esperança no dia em que executaram Obede Loyla Souza, também foi vista circulando nas imediações da residência.
Indagado se acha que tem data certa para morrer, responde engasgado:
- Saber assim não sei. A gente não sabe a hora, né? É complicado. Não sei se pode acontecer hoje. Se pode acontecer amanhã.
Confira a íntegra da entrevista com o assentado que se diz "ameaçado":
Terra Magazine - Assim como Obede Loyla Souza, você também discutiu com pessoas ligadas a representantes dos grandes madeireiros da região. Você se sente ameaçado?
Francisco Evaristo da Conceição - 
Eu também discuti com o pessoal. Por causa da discussão, o pessoal está me ameaçando. Eles foram na minha casa, me procurar no assentamento. Pessoas armadas foram me procurar. Fica difícil pra gente. Eu não vi, porque não estou parando lá. Quando chego, eles já passaram. Na quinta-feira (9) à tarde, passou uma camionete que minha família nunca tinha visto. Foi até à minha casa e, depois, voltou de novo para o assentamento. Uma camionete preta. Ela estava do outro lado, onde aconteceu o crime (assassinato de Obede Loyla Souza). A gente fica preocupado com essa situação. Não sabe quem está matando as pessoas, não sabe o que está acontecendo.
Como está o clima no assentamento? 
O clima é um pouco complicado. Segurança a gente não tem. Na zona rural não tem segurança. A polícia não vai no mato.
Vocês se sentem desamparados? 
Desamparado com essa situação. A gente fica com medo de falar ou de sair na rua porque não sabe o que está acontecendo. É complicada a situação.
Quando foi a discussão? 
Foi em fevereiro, março. Os madereiros ficam tirando madeira no período de chuva, acabando com a estrada por causa dos caminhões pesados. A gente reclama para não ficar ilhado, porque senão não tem nem como comprar alimentação. Tem a extração irregular de madeira também, que a gente tenta combater. O Obede discutiu com esse mesmo pessoal.
Como está sua rotina? Você falou que se sente ameaçado. 
Eu me sinto ameaçado. Eles já foram várias vezes na minha casa, no mato, no assentamento. Estou deixando de ir ao assentamento.
A quem você recorreu? Você pediu ajuda, proteção ao governo federal? 
Já foi encaminhada uma denúncia para a Comissão Pastoral da Terra (CPT). A gente vai tomar as providências agora. A Polícia Federal vai chegar aqui onde estou vivendo agora. Tem que esperar eles chegarem para a gente ver o que vai fazer. Se vão dar uma assistência...
Enquanto a ajuda não vem, como você está vivendo? 
Não estou indo ao assentamento. À noite, não saio. Trabalho com a porta fechada. Quando saio daqui, vou direto para casa. Não ando na rua de jeito nenhum. É complicado. A gente não tem liberdade de andar. Nós, que trabalhamos pela reforma agrária, temos a mesma penitência. Se você mexe com a reforma agrária, acontece isso. A gente não pode nem falar nada porque, se falar, morre.
Você acha que tem data marcada para morrer? Você tem essa sensação?
Saber, assim, não sei. A gente não sabe a hora, né? É complicado. Não sei se pode acontecer hoje. Se pode acontecer amanhã...

FONTE: TERRA MAGAZINE

Ex-secretário de Campinas denunciado por corrupção deixa cela onde estava detido em SP

A justiça no Brasil só funciona pra quem não tem grana, veja isso""

Depois de ter a prisão revogada ontem à noite no Tribunal de Justiça de São Paulo, o ex-secretário da Segurança de Campinas (93 km de SP) Carlos Henrique Pinto deixou nesta quarta-feira (16), por volta das 15h, o Batalhão de Choque da Polícia Militar de São Paulo onde estava detido desde sexta-feira (10).

Henrique Pinto foi denunciado pelo Ministério Público por suposto envolvimento em um esquema de fraudes em contratos em Campinas. Ele já foi secretário de Negócios Jurídicos da prefeitura e também foi assessor jurídico da campanha eleitoral do prefeito Hélio de Oliveira Santos, o Dr. Hélio (PDT).
Pinto negou envolvimento nas supostas fraudes. Além dele, também foi preso do ex-diretor financeiro da Sanasa (companhia de saneamento de Campinas), Marcelo de Figueiredo, que deve deixar a mesma prisão ainda hoje.

A soltura do ex-secrertário de Segurança de Campinas acontec e depois de um decisão do desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo Fábio Poças Leitão, que revogou os seis mandados de prisão ordenados pela Justiça de Campinas na semana passada contra denunciados por fraudes, corrupção e formação de quadrilha.

Entre os mandados de prisão revogados está o do vice-prefeito de Campinas Demétrio Vilagra (PT). Com isso, não há mais nenhum denunciado com prisão decretada.  
As revogações foram decididas ontem à noite pelo desembargador e confirmadas apenas na manhã desta quarta-feira pela assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de SP. Poças Leitão alegou em sua decisão que os mandados de prisão foram "abusivos".
Anteontem à noite, o mesmo desembargador já havia revogado o mandado de prisão da primeira-dama de Campinas, Rosely Nassim Jorge Santos, ex-chefe de gabinete do prefeito Hélio de Oliveira Santos, o Dr. Hélio (PDT).
Os sete pedidos de prisão foram feitos pelo Ministério Público de Campinas e ordenados na quinta-feira passada pelo juiz da 3ª Vara Criminal da cidade, Nelson Augusto Bernardes.
Apenas duas das sete pessoas com mandados de prisão haviam sido presas: o ex-secretário de Segurança Carlos Henrique Pinto e o ex-diretor da Sanasa (empresa de saneamento) Marcelo de Figueiredo. Os dois estão detidos no Batalhão de Choque da Polícia Militar em São Paulo desde sexta-feira (10) e devem deixar o local ainda hoje. 
Na última sexta-feira, o Ministério Público denunciou 22 pessoas por envolvimento no suposto esquema de fraudes em contratos públicos. Segundo os promotores, cerca de R$ 615 milhões foram desviados.
Além da primeira-dama e do vice-prefeito, também tiveram os mandados de prisão revogados no TJ-SP o ex-diretor de Controle Urbano da Prefeitura de Campinas Ricardo Cândia, o ex-diretor técnico da Sanasa Aurélio Cance Júnior, o ex-secretário de Comunicação Francisco de Lagos, o ex-secretário de Segurança Carlos Henrique Pinto e o ex-diretor comercial da Sanasa Marcelo Figueiredo.
O Ministério Público agora estuda recorrer da decisão do desembargador Poças Leitão.
Impeachment
A Câmara Municipal de Campinas deve decidir hoje à noite se o prefeito Dr. Hélio será afastado do cargo durante o processo de impeachment previsto para durar até 31 de agosto.
No dia 23 de maio, a Câmara aprovou a abertura de uma Comissão Processante, que pode resultar no impeachment do prefeito.
Em sua defesa na comissão,  Dr. Hélio alegou que seu nome não é citado nas investigações e que desconhecia as supostas fraudes denunciadas pelo Ministério Público.
Em uma carta divulgada anteontem, o prefeito voltou a classificar a tentativa de impeachment contra como “um golpe político”.
FONTE: UOL

Sete acusados de irregularidades no governo de Campinas foram doadores na campanha do atual prefeito

Todas as sete pessoas que tiveram a prisão preventiva decretada na última quinta-feira (11) à noite sob a acusação de fraudes, corrupção e formação de quadrilha em Campinas (93 km de SP) aparecem como doadores da campanha de reeleição do prefeito da cidade Hélio de Oliveira Santos, o Dr. Hélio (PDT), em 2008.
A mulher de Dr. Hélio, Rosely Nassim Jorge Santos, e o vice-prefeito, Demétrio Vilagra (PT), estão entre os sete que tiveram a prisão decretada e continuavam foragidos da Justiça até a tarde deste domingo (12).
Na última campanha, a primeira-dama aparece como doadora de R$ 9.000 e Vilagra, R$ 10 mil.
Também tiveram a prisão preventiva decretada e aparecem como doadores o ex-secretário de Comunicação Francisco de Lagos, o ex-secretário de Segurança Carlos Henrique Pinto, o ex-diretor da Sanasa (empresa de saneamento da cidade) Aurélio Cance Júnior, o ex-diretor de Planejamento da prefeitura Ricardo Cândia e o ex-diretor comercial da Sanasa, Marcelo de Figueiredo.
No caso de Cândia, quem aparece como doador de campanha é a mulher dele, Fabiana.
Já no caso de Lagos, não só ele, mas três familiares aparecem como doadores de Dr. Hélio. No total, as doações somam R$ 68 mil.
Outros citados na investigação aparecem também como doadores do pedetista em 2004 como o ex-presidente da Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento) de Campinas e principal delator do suposto esquema, Luiz Augusto de Aquino, e o ex-conselheiro da Sanasa, Valdir Carlos Boscato.
Até a tarde deste domingo (12), apenas Henrique Pinto e Marcelo Figueiredo haviam sido presos e os demais continuavam foragidos. Os dois estão detidos no presídio da Polícia Militar, na capital paulista.
Dr. Hélio por enquanto não teve o nome citado nas investigações, mas responde a uma CP (Comissão Processante) na Câmara Municipal, que pode resultar em seu impeachment. Ele alega que não sabia do suposto esquema de fraudes em contratos públicos denunciado pelo Ministério Público.
Ao todo, 22 pessoas foram denunciadas pelos promotores por corrupção passiva, fraudes em contratos. Na sexta, a Justiça solicitou à Polícia Federal o bloqueio ou cancelamento dos passaportes dos 22 investigados.
O prefeito declarou aos promotores não saber do paradeiro de sua mulher. Na sexta-feira, a Polícia Civil realizou buscas pela primeira-dama na casa deles e em duas chácaras da família. 
No relatório de 408 páginas do Ministério Público, a primeira-dama e ex-chefe de gabinete de Dr. Hélio é citada como “comandante” e “idealizadora” da organização que agia supostamente em fraudes de contratos públicos. Segundo o Ministério Público, a organização desviou pelo menos R$ 615 milhões.
O relatório aponta ainda que o “o núcleo de corrupção da Sanasa [companhia de saneamento da cidade] foi instalado no início de 2005, tão logo a senhora Rosely assumiu a chefia de gabinete da Prefeitura de Campinas e arregimentou os demais agentes públicos necessários a seu plano criminoso”.

Mensagem do dia dos Namorados

Neste domingo (12), Dia dos Namorados, Dr. Hélio postou uma mensagem de amor à sua mulher em seu twitter na qual reafirma acreditar na inocência dela.
“É o 1º dia dos namorados solitários. Resta o amor, minha absoluta confiança na sua inocência, na verdade e na justiça. Rô?, Um beijo”, postou o prefeito no início da manhã.
Na última sexta-feira à noite, Dr. Hélio divulgou uma nota oficial na qual não cita o envolvimento de sua mulher, mas afirma que continuará na administração.
“Todos os citados como suspeitos de cometerem ilicitudes contra a administração municipal foram exonerados”, diz ele em um trecho na nota.
"O relatório com o conteúdo das investigações, realizadas pelo Ministério Público, isenta de responsabilidade a figura do prefeito”.
Após ter o alto escalão de seu governo acusado pelas fraudes, Dr. Hélio, arrolou na semana como testemunhas de defesa de seu processo de impeachment dois ex-ministros do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que continuam na gestão Dilma Rousseff: o ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB), e o ministro do Trabalho e Renda, Carlos Lupi (PDT).
Os advogados dos demais acusados devem ingressar nesta segunda-feira com pedidos de habeas corpus no TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo.
FONTE: UOL

Mapa interativo reúne e localiza casos de corrupção pelo Brasil

magine um mapa no qual, além de cidades, regiões e Estados, é possível também identificar em quais localidades houve escândalos de corrupção, com seus respectivos esquemas e personagens investigados --e ainda colaborar com a menção de casos que eventualmente não estejam nele listados. É essa a dinâmica do Mapa da Corrupção no Brasil, iniciativa lançada no final do mês passado por uma moradora de São Paulo e que cresce, desde então, graças à divulgação e colaboração de internautas.
O mapa está hospedado no Google Maps e é operado por meio da ferramenta wiki, software de perfil colaborativo que permite a edição coletiva e automática dos documentos. Até a manhã desta quarta-feira (15), pelo menos 40 casos --a maioria, das regiões Sul e Sudeste --haviam sido listados pelos colaboradores. O número de visualizações, contudo, foi bem maior: cerca de 30 mil.
Criadora do serviço, a editora de imagens Raquel Diniz conta que a ideia surgiu em 2008, em viagem a uma Espanha em início de crise econômica. Ela diz que, morando lá por dois anos, viu movimentos sociais surgirem em resposta à crise e por meio deles conheceu mapas de corrupção divididos por partidos políticos, como o autodenominado “corruptódromo” do "No Les Votes"  ("Não vote neles"), também no formato wiki. Quando voltou ao Brasil, decidiu colocar em prática algo semelhante --já que matéria-prima não seria exatamente escassa.
“Há muitos casos de corrupção no Brasil, e senti que era importante as pessoas terem um retrato desse quadro, para que ele pudesse servir de referência e para que a população não vote em que está no mapa. Porque é fato: muitos que roubam e até já foram presos continuam no poder; continuam sendo votados”, critica.
Para identificar um caso de corrupção no mapa, é preciso que o colaborador adicione um link que confirme que não se trata de invenção. É válida, por exemplo, matéria publicada na mídia sobre o assunto.
Indagada se não teme uso político da ferramenta por partidários de uma ou outra sigla, por exemplo, Raquel admitiu que essa possibilidade existe. “Não tem como não ser arriscado, porque a edição, até pelo tipo da ferramenta, é automática. Mas, se isso acontecer, excluo”, comenta, para completar: “É um vespeiro. Seria fácil falar que tenho medo, e realmente tenho, mas fiz a opção de deixar o mapa público porque acredito que se trata de uma construção de longo prazo –e porque acredito na internet, com as redes sociais e as ferramentas wikis, como algo para que as pessoas tenham uma opinião própria. É por meio do mundo web que as pessoas ainda vão se informar para votar em alguém”, aposta.

"A dúvida é: quem vai contribuir?"

Estudioso da temática da corrupção, o norte-americano Matthew Taylor, professor doutor do departamento de Ciência Política da USP (Universidade de São Paulo), afirma que iniciativas como o Mapa da Corrupção são válidas. “Toda iniciativa no sentido de se usar a inteligência conjunta de milhares de contribuidores é muito válida, pois produz algo independente, que acaba se somando ao que fazem pequenas ONGs, por exemplo”, diz. Mas ele ressalva: “A dúvida é: quem que vai contribuir?”
Para o analista, como vários dos casos dispostos no mapa são das regiões Sul e Sudeste do Brasil, nota-se um alcance pequeno para esse tipo de ferramenta. Segundo ele, mudanças no atual sistema político teriam mais resultados se a mapa tivesse ampla penetração entre o eleitorado brasileiro.
“Ainda não são muitos os eleitores que acompanham esse tipo de informação --não que não seja útil. Mas em uma eleição de deputados, por exemplo, a lista aberta de representação proporcional é algo que diminui muito o vínculo entre a informação e o voto contra a corrupção. Enquanto se utilizar esse tipo de lista, mesmo que todos os eleitores fossem super conscientes, dificilmente conseguiriam impor algum tipo de responsabilização por corrupção, por meio do voto, aos deputados. Em São Paulo, por exemplo: o cidadão escolhe um entre 70 deputados --a responsabilização é muito baixa, pois, ainda que eleja o seu, tem outros 69”.
De acordo com Taylor, o voto distrital, na linha oposta ao de listas abertas, “talvez ajude” a aumentar a responsabilização de políticos ou candidatos corruptos --uma vez que poderiam ser barrados antes mesmo do pleito. “Mas é um tipo de voto que diminui a representatividade do eleitor, que não opina na escolha desses nomes”, define.
Para explicar a mudança de comportamento positiva que acontece no curto ou médio prazos, o especialista cita um site indiano, o "I paid a bribe" (Eu paguei um suborno”), como referência de alternativa viável a um cenário de mudanças mais rápidas.
“Porque é uma ferramenta que garante o anonimato de quem denuncia, e também do denunciado --o que é citado é o tipo de corrupção e em qual tipo de serviço ele aconteceu. O resultado é que se formou uma base de dados sobre pagamento de propina em serviços diversos por toda a Índia, e sobre uma corrupção que afeta a vida cotidiana”, afirma. “E o que é bom: sem precisar de um editor (como no mapa brasileiro), definindo um padrão de cobrança de propina e, pelo anonimato, com chances  menores de utilização política”
fonte: UOL